Na Barcelona dos anos
1980, o menino Óscar Drai, um solitário aluno de internato, conhece
Marina, uma jovem misteriosa que vive num casarão com o pai idoso. Em
passeios pela cidade, os dois presenciam uma cena estranha num cemitério
e se envolvem na resolução de um mistério que remonta aos anos 1940.
Numa tentativa inútil de escapar da própria memória, Oscar abandona sua
cidade. Acreditava que, colocando-se a uma distância segura, as vozes do
passado se calariam. Quinze anos mais tarde, ele regressa à cidade para
exorcizar seus fantasmas e enfrentar suas lembranças - a macabra
aventura que marcou sua juventude, o terror e a loucura que cercaram a
história de amor.
A Minha Opinião
De
todos os livros juvenis escritos por Carlos Ruiz Záfon este é, sem
dúvida, o melhor. Apesar de também possuir alguns dos elementos
presentes em La Trilogia de la Niebla, penso que neste a fórmula acabou
por produzir melhores resultados.
O estilo deste autor é um dos pontos altos do livro. Gosto que apenas desvende o mistério aos poucos. É algo que me mantém presa aos seus livros, não só porque assim posso tecer as minhas próprias teorias, mas também porque me leva a envolver muito mais na suas histórias. Pousar o livro acaba por ser tornar uma tarefa quase impossível!
Para além disso, penso que os diálogos estavam muito bem escritos, especialmente pelo sarcasmo que de vez em quando os pontuava. Quanto às personagens, Óscar foi, sem dúvida, o meu preferido, dada a sua ligeireza para sair de certas situações e pela sua inteligência, algo que transparecia na própria forma como falava. Quanto a Marina, apesar de ser uma presença constante na história, fiquei com a sensação que sabia muito pouco sobre ela. Havia sempre um certo mistério à sua volta, fazendo de si uma personagem tão enigmática como Mijail Kolvenik e a mulher do véu negro.
Marina prendeu-me desde o início, revelando-se uma agradável surpresa. Repleto de ação
e suspense, é um livro que se demarca das anteriores obras juvenis do autor e se aproxima mais do estilo de La Sombra Del Viento. Penso que, inclusivamente, revela uma outra maturidade do autor uma vez que, para além de se focar nos elementos sobrenaturais característicos da sua obra, dá-nos também personagens bem delineadas, mais complexas e enigmáticas do que as de La Trilogia de la Niebla.
Acabei por gostar mais da sua história do que inicialmente esperava e por isso dou-lhe 4 em 5 estrelas. Uma leitura que recomendo vivamente, especialmente a quam gostaría de conhecer um pouco mais da obra deste autor.
4 comentários:
Nunca li nada do autor, mas tenho "A Sombra do Vento" para ler em breve! ;)
Fiquei muito curiosa quer com a sinopse, quer com a tua opinião e este passou a ser um livro que quero concerteza ler me breve!! :D
Recomendo Carolina, quer este, quer a Sombra do Vento. Acho que também passarás a fã do Carlos Ruiz Záfon :)
Apenas li o primeiro livro da Trilogia de la Niebla, mas não peguei sequer no segundo e no terceiro por não me ter enchido as medidas. No entanto, em Marina nota-se uma grande evolução que, claro, atinge todo o seu potencial com a série a que pertence A Sombra do Vento :)
Eu acabei por ler toda a trilogia. Estava a ler os livros por ordem cronológica (plano que saiu um bocado furado por ter lido Marina depois de La Sombra del Viento) porque queria acompanhar a evolução do autor e quando peguei em Marina as diferenças eram realmente evidentes!
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